A meta média estabelecida pelo Protocolo de Kyoto deve ser alcançada. Contudo, os países industrializados estão emitindo carbono como nunca, o que pode inviabilizar tentativas futuras de conter o efeito estufa, segundo a última avaliação sobre emissões de gases-estufa pelos países ricos, feita pelas Nações Unidas e divulgada ontem.
O acordo envolve 36 países e visa a cortar em 5,2%, até 2012, as emissões registradas em 1990. Projeções indicam que eles podem atingir uma redução de 11%.
Ainda assim, o secretário-executivo da Convenção do Clima da ONU, Yvo de Boer, não acredita que haja motivo para comemorar. Isso porque a tendência de queda foi registrada na década de 1990, porém mudou a partir de 2000 - desde então, as emissões só subiram. "As emissões estão crescendo de uma forma preocupante", disse De Boer. "Temos de 10 a 15 anos para reverter a tendência global de emissões, se quisermos evitar muitas das conseqüências desastrosas."
Segundo a ONU, as taxas refletem a expansão do consumo de carbono por países ocidentais e a renovação econômica dos antigos países soviéticos, cuja emissão caiu na década de 1990.
Longe da meta
Apesar de, na média, a projeção indicar que o Protocolo de Kyoto será cumprido, há disparidades entre os participantes. A Espanha é o país da União Européia que está mais distante dos objetivos estabelecidos.
Entre 1990 e 2005, as emissões espanholas cresceram 53,3%, enquanto seria permitido um incremento de 15%. É o maior valor entre os países desenvolvidos que participam do protocolo. A Espanha acaba de sediar a última reunião do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), que no sábado divulgou a síntese de seu último relatório voltado aos formuladores de políticas.
Portugal aparece em seguida, com um crescimento de 42,8% - era permitido, no máximo, um incremento de 27%. A União Européia, como unidade, está comprometida com um corte de 8%. Porém, deve chegar a apenas 1,5%.
Separadamente, a Suécia é um modelo a ser seguido no bloco: podia aumentar as emissões em 4%, mas as reduziu em 7,3%. França, Finlândia e Grã-Bretanha também devem cumprir seus objetivos.
A Alemanha, um dos principais defensores do acordo, não deve cumprir sua meta, a mais ambiciosa entre os europeus: 21%. O país deve chegar a um corte de 18,4% de suas emissões em relação ao índice registrado em 1990.
O secretário-executivo também disse ontem que a experiência acumulada até agora indica que ferramentas ligadas ao Protocolo de Kyoto são efetivas e podem ser aproveitadas em um segundo período de compromisso, depois de 2012. Um desenho do futuro acordo será debatido na Conferência do Clima, que acontece em dezembro.
O mercado de carbono, mecanismo que permite às nações que não atingirem suas metas comprar créditos de emissão de outros países, movimentou US$ 30 bilhões neste ano, afirma De Boer. O valor pode dobrar em 2008.
Ele também destacou a aplicação do mecanismo de desenvolvimento limpo, com 840 projetos já registrados em 49 países em desenvolvimento e outros 1.800 na fila de aprovação.
O acordo envolve 36 países e visa a cortar em 5,2%, até 2012, as emissões registradas em 1990. Projeções indicam que eles podem atingir uma redução de 11%.
Ainda assim, o secretário-executivo da Convenção do Clima da ONU, Yvo de Boer, não acredita que haja motivo para comemorar. Isso porque a tendência de queda foi registrada na década de 1990, porém mudou a partir de 2000 - desde então, as emissões só subiram. "As emissões estão crescendo de uma forma preocupante", disse De Boer. "Temos de 10 a 15 anos para reverter a tendência global de emissões, se quisermos evitar muitas das conseqüências desastrosas."
Segundo a ONU, as taxas refletem a expansão do consumo de carbono por países ocidentais e a renovação econômica dos antigos países soviéticos, cuja emissão caiu na década de 1990.
Longe da meta
Apesar de, na média, a projeção indicar que o Protocolo de Kyoto será cumprido, há disparidades entre os participantes. A Espanha é o país da União Européia que está mais distante dos objetivos estabelecidos.
Entre 1990 e 2005, as emissões espanholas cresceram 53,3%, enquanto seria permitido um incremento de 15%. É o maior valor entre os países desenvolvidos que participam do protocolo. A Espanha acaba de sediar a última reunião do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), que no sábado divulgou a síntese de seu último relatório voltado aos formuladores de políticas.
Portugal aparece em seguida, com um crescimento de 42,8% - era permitido, no máximo, um incremento de 27%. A União Européia, como unidade, está comprometida com um corte de 8%. Porém, deve chegar a apenas 1,5%.
Separadamente, a Suécia é um modelo a ser seguido no bloco: podia aumentar as emissões em 4%, mas as reduziu em 7,3%. França, Finlândia e Grã-Bretanha também devem cumprir seus objetivos.
A Alemanha, um dos principais defensores do acordo, não deve cumprir sua meta, a mais ambiciosa entre os europeus: 21%. O país deve chegar a um corte de 18,4% de suas emissões em relação ao índice registrado em 1990.
O secretário-executivo também disse ontem que a experiência acumulada até agora indica que ferramentas ligadas ao Protocolo de Kyoto são efetivas e podem ser aproveitadas em um segundo período de compromisso, depois de 2012. Um desenho do futuro acordo será debatido na Conferência do Clima, que acontece em dezembro.
O mercado de carbono, mecanismo que permite às nações que não atingirem suas metas comprar créditos de emissão de outros países, movimentou US$ 30 bilhões neste ano, afirma De Boer. O valor pode dobrar em 2008.
Ele também destacou a aplicação do mecanismo de desenvolvimento limpo, com 840 projetos já registrados em 49 países em desenvolvimento e outros 1.800 na fila de aprovação.
O Estado de S. Paulo
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