A Petrobras já produz etanol a partir do bagaço de cana-de-açúcar, uma inovação que, segundo seus executivos, promete consolidar uma nova revolução tecnológica capaz de aumentar em quase a metade (40%) a atual produção brasileira do combustível - de 7,5 bilhões de litros - sem o plantio de um novo hectare sequer. O gerente executivo do Centro de Pesquisas da Petrobras, Carlos Thadeu Fraga, revelou que o novo produto, batizado de bioetanol, também vai permitir uma maior produtividade das usinas de cogeração de energia, ao produzir um resíduo, denominado lignina, com poder calorífico três vezes superior ao do bagaço da cana.
Com produção em escala industrial prevista para os próximos 10 anos, o bioetanol terá sua primeira unidade semi-industrial instalada em 2010. Por enquanto, informou Fraga, a produção do etanol de bagaço de cana se limita a uma única planta, ainda em escala experimental, implantada no Cenpes, na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro. Só quando a nova unidade alcançar uma produtividade de 280 litros por cada tonelada de bagaço é que será possível colocar o bioetanol no mercado. A atual usina experimental, comparou, tem capacidade limitada a 220 litros por tonelada.
O gerente do Cenpes anunciou que, só para este ano, a empresa pretende investir R$ 1,8 bilhão em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Desse total, R$ 900 milhões - já estão em fase de desembolso - serão destinados à ampliação do Centro de Pequisas da Petrobras. O executivo anunciou ontem, também, que o avanço alcançado até agora levou a empresa a depositar o segundo pedido de patente no Instituto Brasileiro de Propriedade Industrial (INPI).
O novo pedido, de acordo com o executivo, resultará na milésima patente obtida pelo Centro de Pesquisas da Petrobras. Ao admitir que outras companhias no mundo, ou mesmo no Brasil, já começaram a pesquisar o novo produto, Fraga fez questão, no entanto, de valorizar o atual estágio de desenvolvimento alcançado pela Petrobras.
- Nós estamos muito bem posicionados. Nossa situação é bastante favorável na comparação com outras companhias que têm desenvolvido essas mesmas pesquisas - comparou o gerente executivo do Cenpes, ao lembrar o país dispõe, hoje, de 6 a 10 milhões de toneladas de bagaço de cana-de-açúcar.
Responsável direta pela pesquisa no Cenpes, a consultora de biotecnologia Lídia Maria Melo Santa Anna, confirmou que a nova tecnologia permite o desenvolvimento do combustível também a partir do processamento de resíduos de outros produtos. Como exemplo, citou serragem e celulose, produzidos por madeireiras e fábricas de papel. A unidade implantada no Cenpes, no entanto, está adaptada ao bagaço de cana.
Para a produção de etanol a partir de resíduos agroindustriais, a unidade do Cenpes utiliza um processo de quebra de moléculas com ação de enzimas. O projeto foi desenvolvido em parceria com instituições acadêmicas brasileiras como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
- O trabalho em conjunto da Petrobras com universidades começou em 2004, integrando a experiência acadêmica à capacidade tecnológica do Cenpes nesta área - lembrou Lídia.
Hoje, o bagaço de cana-de-açúcar é exclusivamente queimado para gerar energia térmica. Ao ser utilizado na produção de etanol, no entanto, o resíduo passará a ter maior valor agregado, tornando-se um insumo caro demais para tal aplicação. Especialistas do setor afirmam, porém, que ainda é cedo para calcular o impacto da inovação tecnológica para a produção de energia.
Jornal do Brasil
Com produção em escala industrial prevista para os próximos 10 anos, o bioetanol terá sua primeira unidade semi-industrial instalada em 2010. Por enquanto, informou Fraga, a produção do etanol de bagaço de cana se limita a uma única planta, ainda em escala experimental, implantada no Cenpes, na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro. Só quando a nova unidade alcançar uma produtividade de 280 litros por cada tonelada de bagaço é que será possível colocar o bioetanol no mercado. A atual usina experimental, comparou, tem capacidade limitada a 220 litros por tonelada.
O gerente do Cenpes anunciou que, só para este ano, a empresa pretende investir R$ 1,8 bilhão em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Desse total, R$ 900 milhões - já estão em fase de desembolso - serão destinados à ampliação do Centro de Pequisas da Petrobras. O executivo anunciou ontem, também, que o avanço alcançado até agora levou a empresa a depositar o segundo pedido de patente no Instituto Brasileiro de Propriedade Industrial (INPI).
O novo pedido, de acordo com o executivo, resultará na milésima patente obtida pelo Centro de Pesquisas da Petrobras. Ao admitir que outras companhias no mundo, ou mesmo no Brasil, já começaram a pesquisar o novo produto, Fraga fez questão, no entanto, de valorizar o atual estágio de desenvolvimento alcançado pela Petrobras.
- Nós estamos muito bem posicionados. Nossa situação é bastante favorável na comparação com outras companhias que têm desenvolvido essas mesmas pesquisas - comparou o gerente executivo do Cenpes, ao lembrar o país dispõe, hoje, de 6 a 10 milhões de toneladas de bagaço de cana-de-açúcar.
Responsável direta pela pesquisa no Cenpes, a consultora de biotecnologia Lídia Maria Melo Santa Anna, confirmou que a nova tecnologia permite o desenvolvimento do combustível também a partir do processamento de resíduos de outros produtos. Como exemplo, citou serragem e celulose, produzidos por madeireiras e fábricas de papel. A unidade implantada no Cenpes, no entanto, está adaptada ao bagaço de cana.
Para a produção de etanol a partir de resíduos agroindustriais, a unidade do Cenpes utiliza um processo de quebra de moléculas com ação de enzimas. O projeto foi desenvolvido em parceria com instituições acadêmicas brasileiras como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
- O trabalho em conjunto da Petrobras com universidades começou em 2004, integrando a experiência acadêmica à capacidade tecnológica do Cenpes nesta área - lembrou Lídia.
Hoje, o bagaço de cana-de-açúcar é exclusivamente queimado para gerar energia térmica. Ao ser utilizado na produção de etanol, no entanto, o resíduo passará a ter maior valor agregado, tornando-se um insumo caro demais para tal aplicação. Especialistas do setor afirmam, porém, que ainda é cedo para calcular o impacto da inovação tecnológica para a produção de energia.
Jornal do Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário